O ego:
- Se ofende
- Quer ganhar
- Quer ter razão
- Quer ser melhor
- Quer ter mais
- Identifica-se com os êxitos
- Busca a fama
- Defende a imagem construída
Prazer, posse, prestígio, poder. O que enumeramos acima tem as características que Patanjali definiria como avidya, o não saber de si, e nessa versão, operamos em rajas distorcido. Nesses estados estamos em excitação, distraídos de nós mesmos, com pouca ou nenhuma percepção do entorno, sugando a preciosa energia do nosso campo eletromagnético para dentro dos chacras básicos. A ansiedade faz com que os corpos sutis se desvitalizem.
Se falhamos, essa mesma mentalidade que aparentemente “não sabe”, nos lança na percepção negativa de nós mesmos, e apelamos para a vitimização:
- Sou um fracassado
- Nunca serei bom o suficiente
- Nada dá certo para mim
- Não consigo
- Só podia mesmo ter acontecido comigo
- A minha condição social não permite…
- A minha condição de saúde me impede de…
- Sofro de depressão
Nesse quadro temos toda uma circunstância operando em tamas distorcido. A frustração comanda a bioquímica que enfraquece o sistema imunológico.
Na raiz profunda dessa montanha russa emocional está o medo visceral de morrer, de não ter continuidade, de acabar no vazio. A separação de tudo e de todos, a polarização, a competição, a disputa, todos esses movimentos revelam os vrtti klistah, a paisagem mental habitual aflitiva, que abalam a saúde física e mental, sendo meros desdobramentos do medo primordial.
É o medo que vira HÁBITO, gerando o estado mental “default”. Se despertamos para a percepção desse padrão vibratório, podemos fazer com que os elementos que compõem o KARMA tripartite de cada um operem a favor da boa vida. Eis a grande chance.
O medo nos serve, sim, de proteção, alertando para possíveis ameaças, configurando um sistema natural de prontidão que prepara para a ação adequada. No entanto, ao instalar-se perenemente nos circuitos neurais, ele nos possui, e institui o caos biológico, amarrando-nos às necessidades mais básicas da sobrevivência, manifestadas nos três chacras inferiores. Desconecta da ordem superior de harmonia e equilíbrio que faz brilhar a saúde perfeita.
Somos células vivas compondo a ordem harmoniosa do universo. Tal como os trilhões de células que compõem o nosso corpo, formamos nós, humanidade, uma engrenagem que necessita de ordem e coerência para compreender que o processo de renovação é o fundamento da saúde em todos os níveis. A célula cancerosa é aquela que se recusa a aceitar um término natural que serve à renovação, à evolução, à espiral evolutiva do retorno à Fonte.
Quando o pavor da morte domina, somos levados a percepções, e dali para experiências, que sugam a vida. Tudo tem que terminar, para que haja renovação, para que possamos caminhar: situações, relacionamentos, sonhos, corpos, maneiras de pensar, crenças.
Abhyasa e vairagya, a prática que carrega em si o incansável desapego, nos direciona para o momento presente, vazio e dinâmico, quieto e ainda sem forma, campo zero das infinitas possibilidades. Dali, a cada momento, aqui e agora, vislumbro os caminhos que deixam leve o meu coração.
Por Lucia Ehlers -Terapeuta Craniossacral e professora de Yoga – Linkedin